Na orelha não há um brinco de diamante. No corpo, nenhuma tatuagem. As músicas preferidas não são o samba ou o pagode. Gosta mesmo é de um bom sertanejo. Algo raro entre os 23 jogadores brasileiros convocados por Dunga para a Copa do Mundo. Nilmar é assim, diferente. Aos 25 anos, o atacante que tem a melhor média de gols do grupo que vai a África do Sul, ainda lembra muito o menino que cresceu em Bandeirantes, cidade do interior do Paraná de apenas 34 mil habitantes.
Nilmar foi criado à moda antida. O pai Nilton lembra até hoje o pedido que fez ao filho ao deixá-lo nos alojamentos do Internacional, em Porto Alegre, aos 15 anos de idade: "Não coloca brinco, meu filho. Pelo amor de Deus. Pode deixar o cabelo crescer, mas não coloca brinco!".
- Ele é um menino muito responsável. Não bebe, não fuma, não usa brinco. Eu sempre falava para ele: “jogador não presta”. E ele respondia: “mas eu presto” (risos). Ele nunca gostou de bagunça. Não tem vício nenhum - garante a mãe Marisa.
- Meu pai nunca foi fã dessas coisas. Gosto de brinco e tatuagem nos outros. Em mim não é muito legal, não. Nada contra, mas eu não gosto. Não é o meu perfil - completa Nilmar.
Esta é a quarta de uma série de reportagens especiais do Jornal Nacional sobre os convocados por Dunga para a Copa do Mundo de 2010.